Translate

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Notícia do rádio

Ontem o Ethevaldo Siqueira disse, pela CBN, que estudos revelam que a internet sofrerá um colapso mundial por volta de 2012 se sua estrutura (que não tem dono...) não for melhorada até aquela data. Sem falar na escassez de endereços IP...
Imaginem a catástrofe.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Um pensamento, passo a passo


1. O nobre nobel José Saramago semana passada caiu de pau no Twitter e seu limite de 140 toques, dizendo que com ele nós, seres humanos, estamos a caminho do grunhido.
2. Isso remete a Nelson Rodrigues: os idiotas ainda irão dominar o mundo. Não por serem melhores, mas por estarem em maior número.
3. Outra máxima atribuída a ele (Nelson, não José) fala que só há uma coisa pior do que a mediocridade. É a mediocridade sem consciência da sua condição de... mediocridade.
4. Que dizer de mim, que continuo a utilizar o microblog?

terça-feira, 28 de julho de 2009

O tradicional arroz com suã em Passos



Conforme prometido aos ansiosos leitores deste blog, aqui vai a primeira das fotos do tradiconal arroz com suã que compõe o calendário de eventos gastronômicos da família Silveira em Passos (MG), da qual faz parte a minha distinta cara-metade. Por enquanto fiquem com água na boca, contemplando esta arte da culinária mineira, levada a cabo pela minha cunhada, a professora Cristina.
Continuem acompanhando este virtual periódico, pois a qualquer momento poderemos ter novas imagens deste verdadeiro pecado gastronômico perpetrado lentamente no fogão a lenha da família.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

So you are a star

Naquele momento, tudo era presente. O tempo presente. Um muro alto e velho no fundo do quintal. Havia acabado de chegar à cidade.
Há muitos anos não aportava por ali. No grande vazio em que havia se transformado sua vida, não importava mais para onde ia, onde estaria. Manaus, São Paulo, Cidade do México, Bogotá, Itajaí... e mais um punhado de cidades desertas. Só os sotaques mudavam.
Estava naquela altura da vida em que se perdem todas as pessoas importantes. Os pais, os irmãos com quem mantinha mais relações de afinidade... Não tinha filhos, não tinha amores, quase não tinha amigos.
Ela havia chegado pela manhã, para visitar uma dessas últimas amigas. Que morava distante, na cidade pequena e fria do interior.
Era inverno. Havia saído da casa para o quintal, para não presenciar o sofrimento da amiga, em seus últimos dias. Era demais. Havia passado por muita coisa na vida, mas ainda muitas vezes lhe faltavam forças para momentos como esse. Por sobre o muro, galhos pelados de árvores exibiam todo o seu desalento contra o céu sem cor.
No fundo daquele silêncio, crianças brincavam além dos muros. E um rádio estava ligado.
Ela foi andando. Aproximou-se do muro. Da varanda da casa vizinha. Uma dessas casas humildes, no arrebalde da periferia.
O rádio. Uma música. Que música era aquela?
Era familiar.
Há quantas décadas não a ouvia? O som do rádio era quase imperceptível a seus ouvidos fatigados, mas ela conseguiria acompanhar o ritmo, cantarolando. "Nobody knows you like I do...".
Isso. A bateria. A batida forte. Lembrava os bailes de trinta, quarenta anos atrás. Dançando a balada de rosto colado com seus amores do passado. "So you are a star... okay...".
Da janela da casa vieram alguns gritos nervosos. Talvez a amiga estivesse morrendo. E a música ainda não havia terminado além dos muros gastos do vizinho.
Ainda tenho as lembranças, ela pensou. Ainda tenho tudo aqui comigo. E voltou lentamente para o interior do quarto, onde a amiga agonizava.

sábado, 18 de julho de 2009

Curiosidades literárias - o escritor na praça

Certa vez o escritor goiano José J. Veiga contou, em uma entrevista, que sua casa havia perdido o sossego em virtude de visitas de amigos e parentes. E, sem aquele sossego necessário à elaboração da sua boa e inconfundível escritura regionalista, ele acabou por tomar uma decisão radical.
Passou na papelaria da esquina e comprou um caderno. Instalou-se no banco da pracinha próxima e, ao longo de alguns dias, escreveu um livro inteiro.
Haja disciplina e poder de concentração mental!
Dentre tantos livros inesquecíveis escritos pelo Veiga, pelo menos um deles merece figurar em qualquer estante de clássicos brasileiros: trata-se de "A hora dos ruminantes".
Está recomendado, desde sempre.

Depois de alguns passos, chegamos a Passos (MG)


Tirante o trocadilho infame do título, tudo o mais vai bem. O cansaço já está indo embora depois de uma escala em Uberaba e uma boa noite de sono aqui mesmo em Passos.
Acabo de verificar que não dei muita sorte ao Guarani, que perdeu a invencibilidade após a homenagem prestada por este blog. O mesmo havia acontecido com o Galo, na série A. Agora meus milhares de leitores corintianos pedem que eu faça uma singela homenagem ao Palmeiras...
Futebol à parte, ainda estou estudando alternativas para mais algumas esticadas nesta parca semana de viagem de férias, porque em breve os meninos voltam à escola e aí o descanso (dos pais) irá continuar em Brasília. Ribeirão Preto é uma forte candidata.
Por enquanto, só resta aguardar com mais paciência e um copo de cerveja, a hora exata de atacar um tradicional arroz com suã aqui do sudoeste mineiro. Abraços mil.

terça-feira, 14 de julho de 2009

E o Bugre não tá nem prosa...

Mais um cartum do André (http://crabjelly.zip.net/), capturando o grande momento do Guarani, que está dando um verdadeiro passeio na série B. Parecia difícil algum time (mesmo os chamados "grandes", vindos da série A recentemente) bater a campanha corintiana do ano passado. Pelo menos nos próximos anos. Mas eis que, sem barulho, o Guarani veio se impondo e lidera o campeonato invicto. O campeonato está realmente de alto nível; o Vasco que se cuide!
Exemplo de superação, uma vez que foi rebaixado no Paulista deste ano, apesar da ascenção no Brasileiro (acaba de chegar da série C).
Perdeu jogadores importantes este ano, mas soube se reestruturar.
A torcida é para que o valente Verde do Brinco de Ouro retorne logo ao lugar que lhe reserva a tradição do esporte, ele que já tem um Brasileiro na sua sala de troféus.
Quanto ao André, que me perdoe mais uma vez a apropriação (porém, sempre com o devido crédito). Espero que com isso possa enviar mais visitantes ao seu blog, cujo link está logo na primeira linha acima. Quem lá aportar, encontrará outros cartuns e charges igualmente interessantes e divertidos (tem uma do Sarney que é impagável).
E me perdoem os aficcionados leitores deste blog se mais uma vez volto ao tema futebol. Foi o Bugre e a nova visita à fértil lavoura do André.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Frase (e cartum) do dia


Esta pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável:

"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos...
Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

Colaboração do meu primo Domingos Segatto Jr., de Itapetininga, SP.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O original

E não é que um dia desses, surfando pela web, encontrei outro blog que usa, como subtítulo, "o blog das multidões"?
Sem querer ficar "me achando", acho que comecei a fazer escola...
Só que a primeira postagem deles é posterior à minha. Well... aí resolvi acrescentar a palavrinha original ali no alto.
Não é nada, não é nada, mas já esclarece alguma coisa...

O mundo das maçãs


Certamente nenhuma outra nação, em toda a história da humanidade, produziu mais marcas e logotipos do que os Estados Unidos. McDonald's, Ford, GM, GE, IBM, WalMart, Microsoft etc, etc. Sem falar no cinema, que é uma usina de fabricar marcas, referências culturais e comerciais, e na música.
Porém, com a indústria automobilística americana balançando, a McDonald's sendo alvo de tantas críticas dos inimigos do fast food, e as outras marcas sofrendo com a concorrência na arena de um mundo globalizado, eu diria que a marca americana hoje mais forte, unânime e bem-recebida, é a silhueta de uma pequena maçã verde, já mordida.
A Apple.
Apesar de seus preços nada populares, os objetos do desejo da Apple estão presentes no mundo todo. Adorados, cultuados. Não, não estou falando disso porque tenho um exemplar. Acho que, na verdade, não tenho nada do fabricante, a não ser um programa instalado no micro. Mas o mundo está povoado de iPods, iPhones, iMacs, MacBooks... Caros, exclusivos, com arquitetura tecnológica fechada, às vezes trazendo uma configuração espartana em relação aos pródigos concorrentes, que oferecem mais programas, mais HD, mais memória, por um preço bem mais próximo do nosso bolso.
Mas sofisticados, agradáveis, arrojados. Respeitados, acima de tudo.
E sempre defendidos com unhas e dentes por seus usuários fanáticos. No mundo todo.
Que mais uma marca pode querer?
A Apple é hoje a grande marca americana para o mundo.

P.S. O título, eu tomei emprestado do homônimo do livro de contos do escritor americano John Cheever, que, desde já, está recomendado aos amantes da boa literatura.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ingredientes de uma festa alvinegra


Foi uma noite corintiana em Porto Alegre. Uma noite de um time que soube enfrentar o caldeirão do Beira-Rio, onde o dono da casa ainda não havia perdido este ano. Foi noite alvinegra, de Ronaldo, de Douglas, de Dentinho.
Teve a raça do Alessandro. A liderança do William. O talento do Douglas e do Chicão.
Teve o brilho costumeiro da dupla Elias e Christian, anulando a armação de D'Alessandro e do meio-campo inimigo. E a elasticidade do Felipe, mais uma vez salvando a meta em momentos decisivos.
E a categoria do André Santos.
Teve a inteliz campanha do presidente colorado, Fernando Carvalho, brandindo um DVD que só fez mesmo mexer com os brios do adversário.
Um árbitro jovem, tido como inexperiente, passou pelo batismo de fogo e surpreendeu pelo equilíbrio em meio ao clima de guerra criado no Beira-Rio.
Ameaças e acusações.
Há muito o que falar, mas a imprensa se encarrega disso. Da festa. Dos comentários. Das declarações e previsões para o futuro.
O Corínthians é o maior vencedor da Copa do Brasil dentre os paulistas.
É o único clube brasileiro garantido na Libertadores de 2010, ano do seu centenário. Ao contrário do rival da decisão, que venceu inúmeras decisões nos últimos anos, mas não conseguir ir ao torneio continental no ano do seu centenário.
São três títulos corintianos este ano: Copa São Paulo de Juniores, Campeonato Paulista e Copa do Brasil.
O técnico Mano Menezes mereceria uma análise à parte. Sabe, como ninguém no país atualmente, montar um time vencedor. Como montar um projeto sério e consistente, com administração e planejamento.
O Corínthians saiu estraçalhado de 2007. Em 2009 é apontado como um dos favoritos para o Brasileirão. A conquista da série B não tem valor? O Vasco que o diga...
Mas tem uma figura que veio se agigantando nos últimos jogos do fatídico mata-mata da Copa do Brasil. Chama-se Jorge Henrique. Baixinho, 1,69 de altura, é um perigo quando surge na área, cabeceando contra a meta inimiga. Corre o tempo todo. É leve, ágil, solidário. Marca o adversário quando seu time não tem a bola. Quando avança pelas laterais ou pela meia, leva velocidade e qualidade ao ataque.
Mas não é estrela. É um pequeno guerreiro.
Emocionou-se ao final do jogo. Sua conquista particular é tão importante quando a do seu time. Menino pobre, passou dificuldades. Perdeu o pai na infância. Foi criado pela tia. Venceu a vida e venceu no futebol. Driblou as necessidades, como tantos craques anônimos no interior deste país.
Para mim, é a personagem que simboliza esta campanha do Corínthians na Copa do Brasil. Sua arte, feita de humildade e surpresa.
Jorge Henrique, e seus gols decisivos. Hoje, símbolo da própria alma alvinegra numa noite de guerra e festa.