Translate

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Leituras de final de ano


Por uma dessas razões imponderáveis da vida, em meio a tantas correrias de final de ano, consegui ler alguma coisa interessante. Por exemplo, outro livro do John Fante, de quem havia apreciado o "1933 foi um ano ruim" (vide comentário no arquivo de posts anteriores). Desta vez foi "Pergunte ao pó", publicado em vida (se não me engano, a edição de 1933 é póstuma). Tido como seu principal livro, ele soa denso e nervoso, às vezes quase brutal. Porém, parece ter um ritmo espontâneo, não marcado previamente, não estudado. Os episódios vão se sucedendo dentro de uma trama banal, que acompanha o candidato a escritor Arturo Bandini (protagonista também em outro livro) em uma desastrada evolução (ou não...) na busca da realização profissional e amorosa.
No início, temos a impressão de que a história não quer engrenar. Episódios banais, mesmo os primeiros desencontros com a garçonete mexicana Camilla, soam artificiais e fora do tom. Depois, vai ganhando intensidade, e nos flagramos acompanhando o destino das personagens. Bukovski dizia que Fante era (é) um escritor que não tem medo das emoções. O livro parece confirmar isso, em seu estilo irregular de narrativa e escrita. Ao final, deixa um gosto amargo na boca do leitor. Afinal, o que restou além da loucura e da miséria das personagens...?
Depois, fui conhecer o lançamento do Veríssimo, "Os Espiões". Incrível como, para nosso deleite, sua maneira de escrever textos mais longos vai se cristalizando. Eu o li depois de uma aventura não tão bem sucedida com "A décima segunda noite", uma comédia inspirada em Shakespeare ("Noite de Reis"), onde o narrador é um papagaio que conhece Flaubert e cita o próprio autor de "Romeu e Julieta", mora em Paris e está a caminho da morte.
O livro mais recente, no entanto, é leve e tem um ritmo delicioso. A trama, muito engraçada, fisga o leitor desde a primeira página, a exemplo dos policiais, e de seus primos mais distantes, os romances de espionagem. Um mau-humorado e etílico funcionário de uma pequena editora recebe uma correspondência misteriosa, de uma candidata a escritora que está escrevendo sobre sua própria vida. E no final, promete suicidar-se. Mora em uma cidade pequena e desconhecida, no interior do Rio Grande. Obviamente, o protagonista e seus amigos irão se envolver com a situação e encetar uma desastrada aventura rumo à cidadezinha de Frondosa e seus malucos habitantes.
Bem, já valeu o dezembro...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Tugas, Franceses e Eslovenos vão à Copa


Ontem foi fechado o grupo de países que irão à Copa da África do Sul. A gente acaba torcendo por este ou por aquele país, devido àquelas nossas paixões encalacradas e simpatias menos explícitas. Torci pela pequena  Eslovênia contra a gigante Rússia. Os surpreendentes eslovenos foram os corajosos pioneiros na separação da Iugoslávia. Adoram futebol. Tanto que o primeiro-ministro, cumprindo promessa, engraxou as chuteiras dos seus heróis ainda no vestiário. O que classificou o país, na verdade, foi o gol marcado no jogo de ida, na casa do inimigo. E assim, essa geração eslovena vai criando uma tradição para o país.
Teremos um companheiro de língua portuguesa na Copa, os Tugas, d´Além-mar. Mas confesso que apesar da irmandade e dos três ex-corintianos na seleção (Deco, Liedson e Pepe), torci para a Bósnia. Foi o país que mais sofreu no mesmo conflito iugoslavo. Além disso, tem uma equipe rápida e com um ataque forte. Faltou ali o Ibrahimovic, que desde algum tempo optou por jogar com os suecos, que também ficaram fora da Copa.
O Uruguai, ex-campeão, conseguiu passar pela repescagem. Ótimo para o prestígio da nossa América do Sul no esporte.
E eu, claro, não iria torcer pelos nossos carrascos franceses. A Irlanda é um time valente e muito mais simpático. Porém, em Paris, a França tratou de usar o garfo para carimbar o passaporte. Na foto acima pode-se ver a mão enorme do Henry conduzindo a pelota, para a vista grossa do árbitro. É por isso que, da mesma maneira que eu defendo pontos corridos para os grandes campeonatos regionais e estatudais (mata-matas só em copas, jamais em campeonatos), eu clamo por ARBITRAGEM ELETRÔNICA. Chega de Simons, Aragões e Zé Aparecidos, que ditam o resultado de jogos e campeonatos.
Por último, a Grécia conquistou sua vaga heroicamente, jogando com chuva e a cinco graus abaixo de zero em Donetsk, na Ucrânia. E vencendo na casa do inimigo.
É, essa Copa promete...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Notícia da semana


Depois da grande onda odontológica que varreu o Corínthians (Dentinho, Dentão e Boquita), agora parece que o momento é sertanejo. Pois o Corínthians vendeu o Christian para a Turquia e agora, quem é que está para vir para o seu lugar? Claro, o Ralf, do Barueri. Christian e Ralf. Agora, não se sabe se o Timão quer juntar ou separar a dupla...
Tomara que a moda não pegue. Não se sabe de nenhuma dupla sertaneja que tenha emplacado nos gramados... Cada um na sua.

sábado, 17 de outubro de 2009

Frase da semana

"Que la chupen todos y sigan chupando!"
(Don Diego Armando Maradona, sin perder la ternura jamás...)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Netscape faz 15 anos!

Quase escorrego naquele velho clichê: Parece até que foi ontem! Grande parte da moçada da minha geração conheceu a internet através dele. O velho e simpático Netscape, da Mosaic. Verdade que pouco depois, lá estava o Internet Explorer, na sua cola, azucrinando o pioneiro e líder. E ele resistiu bravamente, por uns bons anos, ao poder de fogo e à estratégia pesada de Mr. Gates.
Mas aí está: a data foi lembrada pela revista PC World, conforme abaixo:

O primeiro navegador web comercial disponível para usuários de PC em forma comercial foi lançado a 15 anos, no dia 13 de outubro de 1994. O Mosaic Netscape 0.9 introduziu uma forma totalmente diferente de os usuários terem acesso à web e serviu de base para uma ampla e rápida evolução na internet.

Quem de nós não se lembra do logotipo com o "N" em verde-azulado? E o timaozinho? Atenção, eu disse timãozinho, e não Glorioso Timão, com "T". Bem, mas essa é outra história, mais própria para a tag de esportes.
Como diria o Galvão Bueno, "tudo começou com ele...". E vamos lá: Parabéns pra você! Nesta data querida... Pena que entre nós, só seus primos, o Mozila e o Firefox aparecem para comemorar.

domingo, 4 de outubro de 2009

Bilhete ao Mano

Meu caro twitteiro Mano Menezes,
Tomo a liberdade de lhe escrever estas mal-traçadas linhas, que você provavelmente nunca lerá, mas que estão carregadas do sentimento de decepção. Não com você, nem com o time que está tentando reconstituir. Mas com o atual momento. Desta vez, quem jogou a toalha fui eu, como torcedor. Se fosse um paulista fanático, não estaria tão triste, porque vejo que a supremacia paulista dos últimos Brasileirões não deve ser abalada. Conosco fora da briga, deve dar Palmeiras ou, em caso de desastre, São Paulo. Pois é, os caras correm o risco de ser heptacampeões.
Aliás, este domingo triste e chuvoso tem tudo a ver com o acontecido. O Rubinho também deve ter jogado a toalha, ele que - também - é tão corintiano.
Como sou mano do Mano, tomo a liberdade de lhe fazer uma confidência: como o Douglas era importante, para o time, hein?
Era daquele tipo de jogador que a gente só percebe que era importante depois que sai do time.
Dos três craques que foram embora este ano, ele era taticamente o mais importante. O futebol está cheio de exemplos assim. Jogador que não aparece muito em campo, e por isso mesmo, o time cai de produção quando ele fica ausente. E a relação entre uma coisa e outra sem sempre fica clara.
Mas foi a saída dele que desmontou o Corínthians, para alegria dos adversários.
Com ele, o Ronaldo jogava lá na frente, tranquilo, porque uma hora ou outra, as bolas chegavam nela.
Dentinho e Jorge Henrique ficavam à vontade nos espaços laterais do campo, pois sabiam que para receberem um lançamento redondo era só questão de tempo.
Por mais que o Douglas parecesse jogar parado.
Por mais que ele parecesse estar desligado em campo.
Por mais que ele fosse fraco na marcação. E ainda errasse passes.
É que, mais do que armar o jogo, enfiar bolas para os atacantes ou melhorar o toque de bola, ele dava cadência ao time.
Por isso, não adianta a explosão do Edno ou a velocidade do De Federico. O Corínthians parece estar se perdendo justamente na velocidade descontrolada. Começamos partindo para cima do Goiás e do Atlético Paranaense, e não deu certo. Eles se trancaram na defesa, e exploraram nosso 4-3-3 em forma de contra-ataques. Mataram o Timão. Já contra o Coritiba e o São Paulo, quando fomos mais cautelosos, o desastre não foi tão grande. Aliás, contra o São Paulo, a mãozinha do juíz ajudou um pouquinho, né...?
Mas é isso.
Mano, quando deixamos o Douglas ir embora, não sabíamos a besteira que estávamos fazendo. Ganhamos tudo no primeiro semestre. Mas depois... arre!
No entanto, se o Edno ou o De Federico tiverem o feeling, o tempo de bola do Douglas, a cadência que ilude a marcação do inimigo, estaremos começando a reencontrar o caminho certo. O caminho para 2010.
Um abraço, boa sorte e saudações corintianas.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Frase da semana

Como dizia o saudoso e venerável Barão de Itararé:
De onde menos se espera, daí é que não sai nada.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Teoria conspiratória

No esporte, nem sempre as coisas são claras e cristalinas. No futebol, muito menos. Sabe aqueles caras armados que invadiram o vestiário da Portuguesa outro dia, ocasionando a saída do técnico Renê Simões e do jogador Edno, a estrela do time?
Pois bem. Muita gente acha que seriam torcedores da Lusa, exaltados, inconformados pela má campanha do time, que queriam chegar às vias (balísticas) de fato.
Mas não.
Agora, depois de uma cadeia de raciocínios complexos, podemos deduzir o que estava por trás de tudo.
Para onde o Edno foi?
Para o Timão.
Logo, aqueles (agora sim) simpáticos senhores, sabendo que o time do Parque São Jorge estava carente de um ala veloz e eficiente pela esquerda depois da saída do André Santos, decidiram colaborar pacificamente para resolver a situação.
Sem uma gota de sangue derramado.
Simples assim.

domingo, 13 de setembro de 2009

Frase da semana

Entre Robinho e Rubinho, prefira o segundo...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mais um brinquedo chegando...

A Sony está anunciando seu novo aparelho de leitura, chamado Daily Edition. Ele tem uma tela touchscreen de 7 polegadas, custará U$399 e chega às lojas em dezembro. Terá também o recurso de internet 3G para baixar os livros (fonte: Jornal da Tecnologia - http://jornaltecnologia.com.br ).
Pois é, a briga está esquentando. E os produtos, melhorando. Dentro de alguns anos, teremos um aparelhinho desses substuindo paredes de estantes repletas de livros...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Palavras Cruzadas

Um dos meus passatempos preferidos são as cruzadinhas, como costuma chamar meu afilhado mineiro (e corintiano) Rodrigo. Pena que o tempo não deixe que eu consuma pelo menos uma revista por semana dessa prazeirosa atividade. Mas descobrir palavras e decifrar outras é um passatempo para horas a fio, de concentração e relaxamento.
Dá até para parafrasear Drummond ("aprendi novas palavras e tornei outras mais belas"...). Aí, não contente com isso, resolvi fazer uma modesta engenharia reversa, criando um glossário próprio e aleatório de algumas palavras que encontrei quando enfrentava a última espera em um consultório médico. As definições são aquelas encontradas na revista, ipsis literis.
Aqui vai a brincadeira, em ordem anarquicabética:

Sarau - antiga festa literária noturna.
Amarugem - gosto amargo deixado na boca por remédio.
Guiné - golfo que banha Gana.
Pontificado - o mais longo foi o de São Pedro.
Botânico - como se destacou o sueco Carl Lineu.
Alentejo - região portuguesa onde nasceu Florbela Espanca, em 08/12/1894.
Guernica - cidade basca que inspirou Picasso (essa é fácil?).
Grua - guindaste usado em filmagens externas.
Taberneiro - aquele que trabalha em tascas.
Porcelana - material originário da China, introduzido no ocidente por Marco Polo.
Cornamusa - gaita de foles.
Latim e Grego - idiomas que originaram a palavra "sociologia".
Oligoqueta - a minhoca, por sua ordem zoológica.
Plasmólise - retração do volume das células vegetais por perda de água.
Saracura - ave desconfiada que habita brejos.

É isso aí. Você, ilustrado leitor, seja sincero: pode ser que conhecesse uma ou outra definição. Agora, todas? Você é um gênio da raça!

sábado, 15 de agosto de 2009

Crunchpad

Se olharmos um notebook de apenas oito ou dez anos atrás, ele irá parecer um dinossauro. Vejam agora a última novidade, de acordo com o site IDGnow:

TechCrunch CrunchPad : O notebook voltado ao acesso à internet parece ser o próximo estágio de evolução no mercado de PCs portáteis. O blog de tecnologia TechCrunch mostrou, em junho, o design final do CrunchPad, um tablet simples que deverá custar cerca de 200 dólares. O protótipo do tablet tem 18mm de espessura e tela de 12 polegadas, é feito de alumínio e usa o chip Atom.

Legal, né? Pois então aguardem mais um pouquinho para comprar o próximo brinquedo...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Minha leitura mais recente

Dia desses, perambulando pelas imediações da escola do meu filho equanto aguardava sua saída das aulas, encontrei num jornaleiro um expositor com os excelentes livros de bolso da gaúcha L&PM. E dei de cara com esse título do John Fante, "1933 foi um ano ruim", que já havia me chamado a atenção outras vezes.
Desta vez, acabei comprando e lendo. Foi minha última leitura antes de voltar das férias.
E foi uma grata surpresa, como diria o Galvão Bueno. Embora ache meio estranho que locutor global se interesse pela obra do Fante. O livro conta, numa linguagem moderna e aparentemente descuidada (a história é contada pelo narrador, Dominic Molise, que tem 17 anos) a história de um rapaz pobre, descendente de imigrantes italianos, no cenário da crise da década de 1930 nos Estados Unidos.
John Fante nasceu em 1909 e foi um autor bastante considerado entre outros escritores conterrâneos. Seu livro mais famoso é "Pergunte ao pó", que pretendo ler em breve, assim que sobrar tempo. O estranho é que esta pequena obra-prima, "1933...", tenha sido recusada por várias editoras e publicada apenas postumamente.

Durante sua turbulenta vida, John Fante amargou recusas de editores e padeceu da falta de reconhecimento pelo seu trabalho, não muito extenso mas que bastou para chamar a atenção de ícones como Charles Bukowski e influenciar a turma da geração beat, como Jack Kerouac. No entanto, teve de ganhar a vida muitas vezes como roteirista de Hollywood, outra ironia do destino.
1933 é um livro sobre a crise econômica e suas consequências nas vidas das pessoas comuns, que não vêem como construir um futuro à margem do sistema. Como o protagonista, cuja única saída para superar a miséria seria tornar-se um jogador de beisebol. Mas como, se não tem um tostão no bolso e todas as portas estão fechadas para ele?
Um romance relativamente curto, com uma história quase banal, mas de uma densidade humana e uma força narrativa que há muito eu não via.
É marcante a maneira como é conduzido o episódio da paixão de Dominic por Dorothy (mesmo nome da garota do mundo de Oz. Uma ironia?), menina rica e irmã do seu melhor amigo.
Mais não adianta dizer. Melhor recomendar a leitura da história de Dominic Molise.
E assim, para quem acompanha meus posts há várias semanas, acabei saltando ironicamente do futebol para o beisebol. Mas volto ao nosso esporte preferido a qualquer momento...

sábado, 8 de agosto de 2009

Homenagem a Eugênio Colonnese

Sempre gostei de quadrinhos, desde criança. Como só temos uma vida (pelo menos de cada vez), muitas vezes temos de abrir mão de certos prazeres pela falta de tempo. Esse foi um dos interesses que acabaram ficando em segundo plano no meu dia-a-dia, infelizmente.
O mundo dos desenhos, ilustrações, cartuns e HQ's, no entanto, nunca saiu completamente da minha vida. Como autor de dezoito livros para crianças e jovens (de todas as idades, como diria o eterno lema da EBAL, clássica editora tupiniquim do mundo das bandas desenhadas), tive a felicidade de ver meus textos ganharem vida no traço de feras como Rogério Borges, Cecília Iwashita, Avelino Guedes, Humberto Guimarães, Semíramis Paterno e outros.
Voltarei a falar deles aqui, em momentos oportunos, com certeza.
Porém, minha primeira experiência com esse produtivo diálogo texto-ilustração ocorreu em 1987, quando a Editora Moderna publicou meu livro de aventuras "A morte do Conde". Geralmente, o autor não determina quem será seu ilustrador (que também é autor, através de outra linguagem). Pode sugerir, mas muitas vezes a parceria não acontece, devido aos mais variados motivos (custos, projeto gráfico, linha editorial, indisponibilidade do artista, etc).
Naquela ocasião, marinheiro de primeira viagem, nem havia conversado com o departamento editorial da Moderna sobre esse assunto. Como não havia internet, também não conheci os esboços ou os desenhos definitivos com tanta antecipação. Eu me lembro de, numa passagem por São Paulo (eu morava em Ribeirão Preto na época), ver a encarnação das minhas personagens já no traço definitivo do Colonnese.E que surpresa! Eu já o conhecia através de outras ilustrações, e do trabalho com as histórias em quadrinhos. Conhecia, por exemplo, a vampira nacional Mirza, mas não a relacionava ao ilustrador, naquele momento. Perdoável, uma vez que nunca tive muita queda por vampiros, sem desmerecer o trabalho marcante e definitivo do mestre Colonnese. Mas ver a ambientação e as personagens de "A morte do Conde" através dos quadros do Colonnese, foi um momento a ser guardado para a posteridade.
Ao dar corpo a este blog, tinha em mente falar (dentre tantos outros assuntos disponíveis) da minha experiência editorial, o que incluía a participação dos ilustradores. Por que não começar logo com o ilustrador do meu primeiro livro publicado?
Só que eu não o conhecia pessoalmente, nunca havia visto uma foto sua sequer, justo ele que era tão conhecido e respeitado por seu traço inconfundível!
Alguém havia me falado que ele era argentino. Mas nada como uma boa pesquisa na web para esclarecer as coisas. Eugenio Colonnese era italiano de nascimento, havia morado na Argentina efetivamente, mas havia adotado o Brasil desde os anos 1960.
E aí vem o lado triste da notícia.
O Brasil perdeu o grande ilustrador em 2008 aos 79 anos.
Este espaço é muito pequeno para falar de Eugenio Colonnese e sua obra, que terá talvez como referência imediata a vampira carnuda e sensual, tão marcante dentro do seu gênero que foi plagiada nos quadrinhos americanos (Vampirella). Fica aqui, no entanto, esta pequena e pobre homenagem ao artista.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Frase do dia

A teimosia é filha mimada da ignorância.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Livraria Tavares, um triste adeus

Em todas as minhas férias, na passagem por Passos (MG), a livraria Tavares era uma parada obrigatória. Instalada num pequeno prédio ao lado da bela catedral da cidade, dividia seu espaço entre livros e confecções, o que já dá uma idéia da dificuldade que é manter uma livraria, puramente livraria, numa típica cidade brasileira.
As estantes não eram muitas mas, junto com duas gôndolas, exibiam exemplares atualizados e opções atraentes. Mesmo assim, parece não ter sido suficiente para que continuasse em atividade. Da penúltima vez em que lá estive, alguns cartazes na vitrine anunciavam a queima do estoque para encerramento das atividades.
Uma pena que uma cidade de pouco mais de cem mil habitantes situada num polo econômico importante do país, em um estado com tradição cultural e literária, não possua um público leitor que possa sustentar uma pequena livraria. É uma triste constatação.
A profissão de livreiro é cada vez mais uma atividade ingrata no país. Pelo menos, no que concerne ao ramo das pequenas lojas do interior.
Quase posso me lembrar de cada um dos títulos adquiridos ao longo das minhas idas e vindas entre uma viagem e outra. Dentre eles, "Canoas e Marolas" (João Gilberto Noll), "Sétimo Céu" (Alice Hoffman), "Terapia" (Ariel Dorfmann), "O Assassinato de Bebê Martê" (Elvira Vigna), "O Condenado" (Graham Greene), "Nas Arquibancadas" (John Grisham), "Como a Starbucks salvou minha vida" (Michael Gates Gill), dentre outros. Sobre os mais diversos temas, mas principalmente literatura.
Imagino que a maioria das pessoas que circulem pela praça da Matriz deva passar indiferente diante das portas hoje fechadas, e das vitrines definitivamente cobertas por portas corrediças. Não têm idéia do que perderam.
Uma triste realidade.
Mas, como diria alguém, uma livraria que fecha é uma luz que se extingue na cidade. Espero que pelo menos não deixem fechar também a biblioteca, que funciona em outra praça não muito longe dali.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O caso do colar de diamantes

A mulher acorda o marido no meio da noite e diz, emocionada:
- “Querido, sonhei que você estava me dando um colar de brilhantes!
"O que será que esse sonho quer dizer?”
E ele responde:
- “Você vai saber no seu aniversário...”
O aniversário chega, o marido entra em casa com uma caixa retangular, maravilhosamente decorada.
A mulher se agarra ao pacote, rasga o papel, abre a caixa e dentro encontra um livro: “O Significado dos Sonhos”.

domingo, 2 de agosto de 2009

Arroz com suã II - o retorno

Conforme o prometido, eis mais uma imagem, documentando o clássico e histórico arroz com suã da família Silveira, em Passos (MG). Desta vez, vemos a autora da iguaria, Cristina (que não cobrou nada da Coca-Cola pela propaganda), junto com a matriarca da família, a vovó Lourdes.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Notícia do rádio

Ontem o Ethevaldo Siqueira disse, pela CBN, que estudos revelam que a internet sofrerá um colapso mundial por volta de 2012 se sua estrutura (que não tem dono...) não for melhorada até aquela data. Sem falar na escassez de endereços IP...
Imaginem a catástrofe.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Um pensamento, passo a passo


1. O nobre nobel José Saramago semana passada caiu de pau no Twitter e seu limite de 140 toques, dizendo que com ele nós, seres humanos, estamos a caminho do grunhido.
2. Isso remete a Nelson Rodrigues: os idiotas ainda irão dominar o mundo. Não por serem melhores, mas por estarem em maior número.
3. Outra máxima atribuída a ele (Nelson, não José) fala que só há uma coisa pior do que a mediocridade. É a mediocridade sem consciência da sua condição de... mediocridade.
4. Que dizer de mim, que continuo a utilizar o microblog?

terça-feira, 28 de julho de 2009

O tradicional arroz com suã em Passos



Conforme prometido aos ansiosos leitores deste blog, aqui vai a primeira das fotos do tradiconal arroz com suã que compõe o calendário de eventos gastronômicos da família Silveira em Passos (MG), da qual faz parte a minha distinta cara-metade. Por enquanto fiquem com água na boca, contemplando esta arte da culinária mineira, levada a cabo pela minha cunhada, a professora Cristina.
Continuem acompanhando este virtual periódico, pois a qualquer momento poderemos ter novas imagens deste verdadeiro pecado gastronômico perpetrado lentamente no fogão a lenha da família.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

So you are a star

Naquele momento, tudo era presente. O tempo presente. Um muro alto e velho no fundo do quintal. Havia acabado de chegar à cidade.
Há muitos anos não aportava por ali. No grande vazio em que havia se transformado sua vida, não importava mais para onde ia, onde estaria. Manaus, São Paulo, Cidade do México, Bogotá, Itajaí... e mais um punhado de cidades desertas. Só os sotaques mudavam.
Estava naquela altura da vida em que se perdem todas as pessoas importantes. Os pais, os irmãos com quem mantinha mais relações de afinidade... Não tinha filhos, não tinha amores, quase não tinha amigos.
Ela havia chegado pela manhã, para visitar uma dessas últimas amigas. Que morava distante, na cidade pequena e fria do interior.
Era inverno. Havia saído da casa para o quintal, para não presenciar o sofrimento da amiga, em seus últimos dias. Era demais. Havia passado por muita coisa na vida, mas ainda muitas vezes lhe faltavam forças para momentos como esse. Por sobre o muro, galhos pelados de árvores exibiam todo o seu desalento contra o céu sem cor.
No fundo daquele silêncio, crianças brincavam além dos muros. E um rádio estava ligado.
Ela foi andando. Aproximou-se do muro. Da varanda da casa vizinha. Uma dessas casas humildes, no arrebalde da periferia.
O rádio. Uma música. Que música era aquela?
Era familiar.
Há quantas décadas não a ouvia? O som do rádio era quase imperceptível a seus ouvidos fatigados, mas ela conseguiria acompanhar o ritmo, cantarolando. "Nobody knows you like I do...".
Isso. A bateria. A batida forte. Lembrava os bailes de trinta, quarenta anos atrás. Dançando a balada de rosto colado com seus amores do passado. "So you are a star... okay...".
Da janela da casa vieram alguns gritos nervosos. Talvez a amiga estivesse morrendo. E a música ainda não havia terminado além dos muros gastos do vizinho.
Ainda tenho as lembranças, ela pensou. Ainda tenho tudo aqui comigo. E voltou lentamente para o interior do quarto, onde a amiga agonizava.

sábado, 18 de julho de 2009

Curiosidades literárias - o escritor na praça

Certa vez o escritor goiano José J. Veiga contou, em uma entrevista, que sua casa havia perdido o sossego em virtude de visitas de amigos e parentes. E, sem aquele sossego necessário à elaboração da sua boa e inconfundível escritura regionalista, ele acabou por tomar uma decisão radical.
Passou na papelaria da esquina e comprou um caderno. Instalou-se no banco da pracinha próxima e, ao longo de alguns dias, escreveu um livro inteiro.
Haja disciplina e poder de concentração mental!
Dentre tantos livros inesquecíveis escritos pelo Veiga, pelo menos um deles merece figurar em qualquer estante de clássicos brasileiros: trata-se de "A hora dos ruminantes".
Está recomendado, desde sempre.

Depois de alguns passos, chegamos a Passos (MG)


Tirante o trocadilho infame do título, tudo o mais vai bem. O cansaço já está indo embora depois de uma escala em Uberaba e uma boa noite de sono aqui mesmo em Passos.
Acabo de verificar que não dei muita sorte ao Guarani, que perdeu a invencibilidade após a homenagem prestada por este blog. O mesmo havia acontecido com o Galo, na série A. Agora meus milhares de leitores corintianos pedem que eu faça uma singela homenagem ao Palmeiras...
Futebol à parte, ainda estou estudando alternativas para mais algumas esticadas nesta parca semana de viagem de férias, porque em breve os meninos voltam à escola e aí o descanso (dos pais) irá continuar em Brasília. Ribeirão Preto é uma forte candidata.
Por enquanto, só resta aguardar com mais paciência e um copo de cerveja, a hora exata de atacar um tradicional arroz com suã aqui do sudoeste mineiro. Abraços mil.

terça-feira, 14 de julho de 2009

E o Bugre não tá nem prosa...

Mais um cartum do André (http://crabjelly.zip.net/), capturando o grande momento do Guarani, que está dando um verdadeiro passeio na série B. Parecia difícil algum time (mesmo os chamados "grandes", vindos da série A recentemente) bater a campanha corintiana do ano passado. Pelo menos nos próximos anos. Mas eis que, sem barulho, o Guarani veio se impondo e lidera o campeonato invicto. O campeonato está realmente de alto nível; o Vasco que se cuide!
Exemplo de superação, uma vez que foi rebaixado no Paulista deste ano, apesar da ascenção no Brasileiro (acaba de chegar da série C).
Perdeu jogadores importantes este ano, mas soube se reestruturar.
A torcida é para que o valente Verde do Brinco de Ouro retorne logo ao lugar que lhe reserva a tradição do esporte, ele que já tem um Brasileiro na sua sala de troféus.
Quanto ao André, que me perdoe mais uma vez a apropriação (porém, sempre com o devido crédito). Espero que com isso possa enviar mais visitantes ao seu blog, cujo link está logo na primeira linha acima. Quem lá aportar, encontrará outros cartuns e charges igualmente interessantes e divertidos (tem uma do Sarney que é impagável).
E me perdoem os aficcionados leitores deste blog se mais uma vez volto ao tema futebol. Foi o Bugre e a nova visita à fértil lavoura do André.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Frase (e cartum) do dia


Esta pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável:

"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos...
Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

Colaboração do meu primo Domingos Segatto Jr., de Itapetininga, SP.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O original

E não é que um dia desses, surfando pela web, encontrei outro blog que usa, como subtítulo, "o blog das multidões"?
Sem querer ficar "me achando", acho que comecei a fazer escola...
Só que a primeira postagem deles é posterior à minha. Well... aí resolvi acrescentar a palavrinha original ali no alto.
Não é nada, não é nada, mas já esclarece alguma coisa...

O mundo das maçãs


Certamente nenhuma outra nação, em toda a história da humanidade, produziu mais marcas e logotipos do que os Estados Unidos. McDonald's, Ford, GM, GE, IBM, WalMart, Microsoft etc, etc. Sem falar no cinema, que é uma usina de fabricar marcas, referências culturais e comerciais, e na música.
Porém, com a indústria automobilística americana balançando, a McDonald's sendo alvo de tantas críticas dos inimigos do fast food, e as outras marcas sofrendo com a concorrência na arena de um mundo globalizado, eu diria que a marca americana hoje mais forte, unânime e bem-recebida, é a silhueta de uma pequena maçã verde, já mordida.
A Apple.
Apesar de seus preços nada populares, os objetos do desejo da Apple estão presentes no mundo todo. Adorados, cultuados. Não, não estou falando disso porque tenho um exemplar. Acho que, na verdade, não tenho nada do fabricante, a não ser um programa instalado no micro. Mas o mundo está povoado de iPods, iPhones, iMacs, MacBooks... Caros, exclusivos, com arquitetura tecnológica fechada, às vezes trazendo uma configuração espartana em relação aos pródigos concorrentes, que oferecem mais programas, mais HD, mais memória, por um preço bem mais próximo do nosso bolso.
Mas sofisticados, agradáveis, arrojados. Respeitados, acima de tudo.
E sempre defendidos com unhas e dentes por seus usuários fanáticos. No mundo todo.
Que mais uma marca pode querer?
A Apple é hoje a grande marca americana para o mundo.

P.S. O título, eu tomei emprestado do homônimo do livro de contos do escritor americano John Cheever, que, desde já, está recomendado aos amantes da boa literatura.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ingredientes de uma festa alvinegra


Foi uma noite corintiana em Porto Alegre. Uma noite de um time que soube enfrentar o caldeirão do Beira-Rio, onde o dono da casa ainda não havia perdido este ano. Foi noite alvinegra, de Ronaldo, de Douglas, de Dentinho.
Teve a raça do Alessandro. A liderança do William. O talento do Douglas e do Chicão.
Teve o brilho costumeiro da dupla Elias e Christian, anulando a armação de D'Alessandro e do meio-campo inimigo. E a elasticidade do Felipe, mais uma vez salvando a meta em momentos decisivos.
E a categoria do André Santos.
Teve a inteliz campanha do presidente colorado, Fernando Carvalho, brandindo um DVD que só fez mesmo mexer com os brios do adversário.
Um árbitro jovem, tido como inexperiente, passou pelo batismo de fogo e surpreendeu pelo equilíbrio em meio ao clima de guerra criado no Beira-Rio.
Ameaças e acusações.
Há muito o que falar, mas a imprensa se encarrega disso. Da festa. Dos comentários. Das declarações e previsões para o futuro.
O Corínthians é o maior vencedor da Copa do Brasil dentre os paulistas.
É o único clube brasileiro garantido na Libertadores de 2010, ano do seu centenário. Ao contrário do rival da decisão, que venceu inúmeras decisões nos últimos anos, mas não conseguir ir ao torneio continental no ano do seu centenário.
São três títulos corintianos este ano: Copa São Paulo de Juniores, Campeonato Paulista e Copa do Brasil.
O técnico Mano Menezes mereceria uma análise à parte. Sabe, como ninguém no país atualmente, montar um time vencedor. Como montar um projeto sério e consistente, com administração e planejamento.
O Corínthians saiu estraçalhado de 2007. Em 2009 é apontado como um dos favoritos para o Brasileirão. A conquista da série B não tem valor? O Vasco que o diga...
Mas tem uma figura que veio se agigantando nos últimos jogos do fatídico mata-mata da Copa do Brasil. Chama-se Jorge Henrique. Baixinho, 1,69 de altura, é um perigo quando surge na área, cabeceando contra a meta inimiga. Corre o tempo todo. É leve, ágil, solidário. Marca o adversário quando seu time não tem a bola. Quando avança pelas laterais ou pela meia, leva velocidade e qualidade ao ataque.
Mas não é estrela. É um pequeno guerreiro.
Emocionou-se ao final do jogo. Sua conquista particular é tão importante quando a do seu time. Menino pobre, passou dificuldades. Perdeu o pai na infância. Foi criado pela tia. Venceu a vida e venceu no futebol. Driblou as necessidades, como tantos craques anônimos no interior deste país.
Para mim, é a personagem que simboliza esta campanha do Corínthians na Copa do Brasil. Sua arte, feita de humildade e surpresa.
Jorge Henrique, e seus gols decisivos. Hoje, símbolo da própria alma alvinegra numa noite de guerra e festa.

sábado, 27 de junho de 2009

Adeus, seleção! Adeus...?

O grande objetivo que motiva Ronaldo, o Fenômeno, a treinar, a perder peso (ou tentar...) e a jogar num clube brasileiro é a possibilidade de voltar à seleção e disputar mais uma copa. Dessa maneira, poderia ampliar ainda mais sua vantagem em relação aos demais goleadores das copas do mundo. E entrar de vez para o panteão dos ídolos ao lado de Zidane, Cruijf, Müller, Pelé, Garrincha, Puskas e outros.
Jogou todas as suas fichas no Corínthians que, embora popular e vencedor, acabava de voltar da série B. Já foi campeão paulista (não se pode dizer que um torneio que reúne Palmeiras, Santos e São Paulo seja de pouca importância) e é finalista da Copa do Brasil. Não é pouca coisa. O restante da equipe lhe dá suporte: uma boa defesa, um meio-de-campo consistente e um ataque rápido. Tudo de que um bom artilheiro precisa.
Os gols não têm saído na quantidade sonhada, mas aparecem nos momentos mais decisivos. Naqueles momentos em que um gol às vezes vale por dois ou três. É com essa expectativa que o "Gordinho" viaja para Porto Alegre, para a decisão contra o Inter. Um gol e a conquista, seriam a glória. Uma má atuação com a perda do título, um inferno.
A questão não é só essa. É a terrível concorrência na seleção. Estará entre os quatro atacantes? Ninguém sabe o que será da carreira e da motivação do Ronaldo caso não esteja entre os atacantes escolhidos por Dunga. E como justificar a sua convocação quando Luis Fabiano vem voando baixo, Grafite brilha no futebol alemão, Alexandre Pato (apesar de estar em ponto morto) é uma alternativa forte, Keirrisson aposta em sua carreira internacional, Fred e Adriano sonham com um renascimento nos estádios brasileiros...
É, decididamente, o Gordinho não está tendo vida fácil.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Utilidade Pública

Acabo de ouvir no rádio do carro uma informação que pode mudar minha vida. O famoso prato chamado escondidinho, que até então se pensava ser de origem pernambucana, na verdade é carioca. E surgiu de um erro na receita. Num concurso de gastronomia, a chef tentou fazer um Vaca Atolada e saiu algo, digamos... um pouquinho diferente. Não se sabe se o nome foi porque num primeiro momento a autora ficou escondidinha, com vergonha, mas depois a receita errada acabou fazendo o maior sucesso.
O mesmo locutor informa que num restaurante do Pontão do Lago Sul estão servindo o prato numa versão frutos do mar, à razão de módicos (?!) sessenta reais por cabeça. Bebidas à parte.

Ovo de Galo



Homenagem ao líder do Brasileirão (até agora), embora eu não seja atleticano...

Graças do fino traço do André. Veja essas e outras charges no link http://crabjelly.zip.net/

sábado, 30 de maio de 2009

Zé Rodrix

Ainda não caiu a ficha. Por isso, demorei alguns dias para escrever alguma coisa sobre ele aqui.
Que dizer de Zé Rodrix? Ele, que era cantor, músico, escritor, compositor, produtor musical, cozinheiro amardor e homem de tantos outros instrumentos? Ele que imortalizou tantas canções dentro e fora do trio Sá, Rodrix e Guarabira?
O Zé Rodrix ultraprodutivo...
O Zé do Joelho de Porco.
O da "Primeira Canção da Estrada".
Eu me lembro dele cantando um tema de novela antiquíssima do horário das dez da Globo, a "Lucia Esparadrapo". E também estourando com "Soy latino-americano". Não cabe num post. Não cabe num blog inteiro.
Zé Rodrix era também publicitário. Incrível, né?
Aí, depois da sua morte (tão prematura), a imprensa divulgou um fato a seu respeito, que eu nem imaginava. Não num país que valoriza tão pouco os empreendimentos culturais, obrigando os artistas a fazer malabarismos para conseguir verbas e patrocínios para seus projetos.
Ao saber que um seu projeto seria montado graças à verba vinda de um órgão público, ele recusou-se a concretizar o projeto e jogou tudo pro alto. Disse: "não é justo que o dinheiro vindo de todos vá bancar a aventura de alguns...", algo por aí. Coragem e honestidade. Para poucos.
Esse era o Zé Rodrix.
O Zé Rodrix do "Zeppelin". Do "Mestre Jonas".
"Ama teu vizinho como a ti mesmo"...
O Zé da "Casa no campo". Tão bonita que dá vontade de transcrever a letra inteirinha aqui, neste espaço. Mas não precisa. É só pesquisar na internet.
O Zé Rodrix dos rocks rurais.
Mas que não teve receio das críticas ao desmistificar a "Casa no Campo", hino de toda uma geração (perdão pelo lugar-comum) e reescreveu-a para um jingle.
O Zé de tantos outros jingles desconhecidos do público.
De tanto mais, de tantos trabalhos, facetas, artes e ofícios. Que nem cabem numa só vida. Mas ele conseguiu.
Imagine se vai caber num blog então... ?
E eu, só queria uma casa no campo. Só isso bastava. Descanse em paz, Zé!